quarta-feira, 11 de junho de 2025

Você está lá

Toda noite, se chove ou serena,

se o céu se abre ou se acena,

você retorna sem aviso,

como se fosse meu juízo.

Quando não vem, vem no sonho —

teu rosto, claro, medonho.

Por que insiste em ficar?

Nem santos fomos pra rezar.

Repito firme, de forma exata:

“Não sinto falta, não sinto nada.

Nem teu perfume, nem tua farsa,

nem dessa dor que nunca passa.”

Talvez eu creia, ou finja bem,

que tua ausência não me faz refém.

Talvez de tanto repetir,

aprendi a mentir pra mim.

Mas quando a noite vem calada,

com a cama fria, alma cansada,

você retorna devagar,

como se fosse me amar.

Será que pensa, do outro lado,

no amor que foi mal enterrado?

Você diz que sente, que quer,

mas amor, eu sou tudo ou nada,

me quer ou me perde pra sempre, mulher.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Verão Italiano.

O barulho do sino da vila ao longe, o azulejo frio sob os pés descalços, na tarde quente em um verão na Itália. Com teu olhar refletido n...