terça-feira, 13 de maio de 2025

Um poema sobre você que eu nem sequer consegui dar um titulo.

Eu olho profundamente nos seus olhos doces.

Mas seus dentes são afiados como os de um tigre.

Às vezes, você é uma estranha na minha cama.

Às vezes, o amor da minha vida inteira.

No fundo do seu coração (eu sei),

eu sou tudo o que você deseja.

Mas na superfície dos seus lábios...


Você me quer tanto como base.

Mas se perde em promessas vazias de outras pessoas.

Quer minha lealdade com a liberdade de sumir.

Quer meus cuidados, meus beijos, minhas coisas…

mas não me quer sendo eu.

Comigo o mundo é menos cruel,

mas eu sou cruel pra sua ideia de mundo.

E essa é sua brincadeira preferida:

ser livre sem pagar o preço da dor.


Você divide o que é seu com mais dois.

Dois rostos, dois corpos,

dois nomes que eu nem quero saber.

E ainda assim, me liga.

Quando quer. Quando sente.

Quando o mundo chacoalha,

e lembra que eu sou a porra da floresta.


Olha nos meus olhos e diz:

"Não quero voltar.

Não quero mais essa relação."

Com os mesmos lábios que pedem pra ficar.

Você se esconde atrás do discurso de liberdade,

mas eu conheço o tom da sua saudade.

É covarde. É torta. Mas é real.

Como tudo o que você tenta negar.


Quer me manter perto,

mas longe o bastante pra não ter que sentir culpa.

Você brinca com o amor como quem fuma o último cigarro da noite,

vendo toda a fumaça ir embora,

tentando parar de mergulhar em pulmões alheios

que nunca souberam te dar fôlego

onde você procura mas não volta,

nem hoje, nem amanhã, nem por saudade, nem por costume.

Por aqui não é sua floresta, é seu cárcere,

E você até tentou, mas nunca conseguiu ficar.

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