Não sei pintar, mas tentei.
Com resto de tinta no meu godê —
pincelei, pincelei, e não me encontrei.
Te olhei sangrar vermelho, viscoso demais,
e quis limpar.
fui tolo:
eu não era capaz.
Com resto de tinta no meu godê —
pincelei, pincelei, e não me encontrei.
Te olhei sangrar vermelho, viscoso demais,
e quis limpar.
fui tolo:
eu não era capaz.
Nós dançamos juntos,
mesmo quando você diz que deveria saber
que não era eu — mas era, eu era seu.
não há respingos em telas em branco
e sim, um quarto cheio de tintas abertas pela metade,
coisa que não preencheu teu coração.
mesmo quando você diz que deveria saber
que não era eu — mas era, eu era seu.
não há respingos em telas em branco
e sim, um quarto cheio de tintas abertas pela metade,
coisa que não preencheu teu coração.
E talvez fosse dois, quando deveria ser um,
e talvez eu tenha amado mais o gesto do que o sentido.
ou tenha amado tudo, sem saber nomear nada,
sem sequer cogitar moldar algo.
e talvez eu tenha amado mais o gesto do que o sentido.
ou tenha amado tudo, sem saber nomear nada,
sem sequer cogitar moldar algo.
Mas amei, com meu lado menos pintor,
Te penso, te sinto, nos respingos.
No que ficou nas minhas mãos, nas suas.
Você é obra que me afogou.
E mesmo agora,
Te vejo nas cores que carrego.
E em todas que ainda não sei como usar.
Não —
Você nunca foi rachaduras em olhos fundos,
Nunca foi mármore que grita quando tocado
Só era tudo,
enquanto eu...
Ainda era quase.
//ainda de coração na mão,
aquele que ainda é um pouco seu
 
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