(patrocinado pelas minhas decepções)
E num ato de loucura, pensei "Que eu exploda em Marte"
bancada por cada "Você não gosta de mim de verdade"
Cada "Eu nunca sei me expressar pra você"
Cada silêncio que gritou mais alto que mil palavras
Me instalei em Marte com wi-fi de promessas falhadas
Um colchão feito de desculpas
(Do dia em que ela se diluiu nas próprias sombras)
Como um cometa que passou sem deixar rastro.
A paisagem é vermelha como meu rosto
De raiva, vergonha, ou amor demais —
Difícil saber aqui, onde a gravidade é leve
mas a saudade pesa toneladas.
A dor se acumula como poeira cósmica,
Cada lembrança se torna um eco distante
Nas paredes do meu refúgio solitário.
Estou em Marte, e o que resta é o espaço vazio
Entre o que fomos e o que nunca seremos.
Olho para o céu, mas não há sinais,
Apenas estrelas distantes, como promessas não cumpridas.
Talvez um dia, um foguete apareça,
Ou talvez eu me canse de esperar,
E perceba que a viagem que eu precisava fazer
Era a única que eu já estava fazendo: a minha.
 
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