quarta-feira, 16 de abril de 2025

Devolvo

Devolvo tudo.

As promessas que você quebrou com o riso nos lábios.

As noites em que eu fiquei sem dormir enquanto você fazia show para a plateia errada

Os ‘eu te amo’ que você disse com gosto de mentira.

A porra da saudade que você usava como coleira em mim.

Devolvo até as lágrimas — agora secas, mas com gosto de vômito.


Você quer dançar?

Então dança, porra.

Mas não volta pra esse peito.

Não volta pro terreno que você fez questão de destruir e depois chamou de jardim.


Você não é flor.

Você é veneno que aprendeu a parecer perfume.

E eu bebi de olhos fechados, achando que era amor.


Mas agora é só nojo.

E cansaço.

E esse grito preso que, juro por tudo,

um dia vira silêncio.


E quando virar,

você vai sentir falta até do meu ódio.


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