Você me beijou com gosto de despedida,
e mesmo assim teve coragem de dizer que me ama.
Chorou no meu peito como se fosse o seu,
dançou comigo como se o fim fosse poesia.
Mas não era.
Você sabia.
Sabia exatamente o que estava fazendo
quando respondeu outra garota
enquanto eu ainda sangrava por você.
Sabia que eu te procurava no escuro,
e ainda assim deixou a porta aberta pra alguém entrar.
Você me chamou de amor
com a mesma boca que confundia outros corações.
E eu? Eu me calei.
Me mantive firme.
Firme demais pra quem só queria cair nos seus braços
sem se estilhaçar.
Eu não sou piada.
Não sou pausa entre seus desejos.
Não sou consolo de fim de festa.
Eu sou quem ficou quando ninguém mais ficaria.
Eu fui cais de partida,
e você sempre soube zarpar.
E por mais que doa,
eu tô aprendendo a te deixar ir.
Não porque eu quero,
mas porque não dá mais pra me deixar ficar.
 
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