segunda-feira, 17 de março de 2025

Tulipa Vermelha

Ter te visto hoje foi mais um dos motivos para sempre ir te buscar no trabalho.
Foi também quando percebi que eu andaria mais vezes na chuva com você, só pra te ver todo ensopado, gritando e chamando meu nome:

"Caralho, Felipe, meu tênis tá muito molhado."

E eu, com o cabelo pingando,
o óculos tão borrado que, se não fosse a sua mão me guiando,
eu definitivamente me perderia naquele estacionamento.

Mas eu me perdi mesmo
quando seus lábios encontraram os meus.
Nunca havia sentido o estômago tão embrulhado.

A roda-gigante perto da gente.
Se não fosse a chuva e a falta de plateia,
tenho certeza que teria aplausos.

Porque talvez sejamos um casal de filme de Hollywood,
perdido por aí,
num roteiro todo embaralhado.

Nosso amor é embaralhado.

E talvez, se eu parasse ali,
como ficamos parados na chuva,
sem saber para onde correr,
sem pressa para sair do frio—

Mas relaxa, Tulipa Vermelha,
ainda temos muitos estacionamentos.
Muitos banhos de chuva.
Pra correr, pra rir, pra nunca sentir frio.

E pra estarmos sempre apaixonados.

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