"Caralho, Felipe, meu tênis tá muito molhado."
E eu, com o cabelo pingando,
o óculos tão borrado que, se não fosse a sua mão me guiando,
eu definitivamente me perderia naquele estacionamento.
Mas eu me perdi mesmo
quando seus lábios encontraram os meus.
Nunca havia sentido o estômago tão embrulhado.
A roda-gigante perto da gente.
Se não fosse a chuva e a falta de plateia,
tenho certeza que teria aplausos.
Porque talvez sejamos um casal de filme de Hollywood,
perdido por aí,
num roteiro todo embaralhado.
Nosso amor é embaralhado.
E talvez, se eu parasse ali,
como ficamos parados na chuva,
sem saber para onde correr,
sem pressa para sair do frio—
Muitos banhos de chuva.
Pra correr, pra rir, pra nunca sentir frio.
E pra estarmos sempre apaixonados.
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário