segunda-feira, 17 de março de 2025

O Tempo Dissolve

O tempo, nada paupável,  
que escorre pelos meus dedos,  
o céu estrelado e a lua.

Uma mulher, eu não a entendo, nem ela me compreende.  
Um tanto como o tempo, nada paupável,  
que escorre pelos meus dedos,  
como quem sente uma fome estranha,  
uma sensação de pertencer,  
mas nada o tempo pertence.

Então, eu a vejo ir,  
no mar escuro, refletindo as fases da lua,  
fases mostradas a mim  
nos momentos mais pessoais.

E, de repente, o vazio me envolve,
como uma névoa fria que me toma sem aviso.
A dor é a única companhia,
e o mar, agora, já não reflete mais o brilho da lua, já não consigo mais ter as estrelas
Restam apenas as sombras,
que, lentamente, me devoram.

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