Os violinos escorriam, ecoavam aos nossos sons obscenos.
O quarto abafado, e a cada toque, nos perdíamos em um novo planeta, desconhecido.
Na maior sinfonia de Mozart, te vi ali—
olhos fechados, bochechas vermelhas, cabelo bagunçado.
Ópera minha.
Droga, Mozart, me vi em êxtase por essa menina.
Bach me invejaria, garota,
pois contigo, erudita, criamos o maior concerto do mundo.
Com nossas bocas, nossos corpos juntos—
a verdadeira música clássica.
Me dá vontade de te ouvir para sempre,
de guiar teu corpo em ritmo,
ao som do teu gemido.
Ali, me tornei um artista aclamado.
Em nossa orquestra, nosso concerto, nossa ópera,
superei todos os artistas.
Te toquei como realmente alguém se toca.
E ao som da tua música, me explodi em Lacrimosa.
 
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